5 de mai. de 2013

Sagrada Escritura

Eu queria escrever um documento
Que livrasse o mundo de todo tormento
Como uma ode, uma epopeia ou poesia 
(e não tolerasse alguém em desalento
Nem por mais um dia).

Eu queria pôr amor em cada letra
Que, se lida, pela alma já penetra
Em bambos toques de não realidade
(e a força que essa prosa impetra
há de alentar nossa felicidade).

Eu queria ser deus para os ateus
Um holocausto feito por judeus
Madalena apedrejando Jesus
(e a todo culto, enfim, dizer adeus
revelando-lhes a verdadeira luz).

Então num belo dia ao acordar
A voz da vida veio me chamar
Pr’ouvir o que ela canta o tempo inteiro
(e ali, estatelado, a escutar
perdi-me qual agulha no palheiro).

Vento, flor, céu, mel, zunido de abelha
Mão, nariz, olho, boca, orelha
A vida é uma eterna adequação
(e da percepção veio a centelha
que ateou fogo ao pé do coração).

E das compreensões - a favorita
Tal poesia já se encontra escrita
No Amor e sua eterna infinitude.
(e documentos dão falsa guarita
- é nos olhos de minha senhorita -
que Ele me encontra assaz e amiúde).




Thuan Carvalho.

3 comentários:

  1. Un hermoso deseo jugar a ser Dios al menos por un día.
    Preciosas letras, mil gracias por pasar y dejar tu comentario, te dejo un fuerte abrazo.
    Bonito día!

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  2. Belíssimo esta tomada consciência de que somos pequenos e, no entanto, capazes de tanto.

    Beijo meu

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  3. Olá, seu blog está de parabéns. A atmosfera daqui é inspiradora, e tudo é feito com esmero e dedicação. Dê uma conferida no meu depois, se quiser. Adorei este espaço, abraço!
    http://madamshadow.blogspot.com.br/

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